domingo, 15 de abril de 2012

Re-Descobre


Em mim nasce, cresce,
sorri, deita, amarra, morre.
De vez em quando re-nasce, re-cresce
... 
Re-descobre.
De vez em quando. 
De vez em quando,
eu me apaixono, 
mas é de vez em nunca,
que eu deixo de amar. 

sexta-feira, 6 de abril de 2012

A Flor, a Criança e o Pesquisador


Moravam em um bosque, o pesquisador e a filha, menina pequena que saía todas as manhãs para brincar nas proximidades da cabana. 
Certo dia o pai viu a filha entrar radiante com uma bela flor que jamais havia visto igual. Aproximou-se da poltrona onde confortavelmente o pai lia um artigo científico como de costume.
- Olhe papai, encontrei essa flor caída perto do lago.
Mesmo com certa desaprovação olhou com carinho para filha colhendo a flor de suas mãozinhas.
- É mesmo uma flor incrível minha pequena, mas ficaria muito feliz se não fosse ao lago sozinha novamente, já lhe disse que não quero que corra riscos.
A menina ardilosa como qualquer criança fez-se desconversar e simplesmente perguntou:
- Papai porque essa flor é tão bonita?
Meio confuso, pegou-se sem uma explicação para a pergunta da filha, que vendo o desconserto do pai apenas deu de ombros e correu cantarolando novamente para fora. Pesquisador formado e amante das teorias não estava acostumado a não ter argumentos para responder as indagações da filha curiosa.
Não satisfeito com isso, levantou-se deixando o artigo com que se ocupava cair no chão sem perceber e rumou ao seu 'laboratório' caseiro. Abriu a flor cuidadosamente com estiletes e pinças.
Estava determinado a descobrir o que naquela flor a tornava tão atraente aos sentidos de um ser humano, fez diversos experimentos relacionados a cor, aroma e até mesmo sabor daquela espécie que nunca havia visto, talvez nunca tivesse sido catalogada, podia ser uma descoberta e o crédito seria seu se levasse seus estudos à comunidade de botânica da qual era colaborador e associado.
Depois de longas horas debruçado sobre a bancada, dezenas de observações e centenas de anotações, voltou satisfeito para sala onde a filha desenhava deitada no chão.
- Pequenina, lembra-se mais cedo quando me perguntou sobre a beleza daquela flor?
A menina desviou os olhos do desenho para ouvir o que o pai tinha a dizer. Balançou a cabeça afirmativamente e levantou-se para chegar mais perto.
- Venha cá quero lhe mostrar uma coisa! - tomou a pequenina mão e guiou-a para seu laboratório, sentou com a filha no colo e começou:
- Está vendo esse vidrinho aqui, eu decompus as cores do seu pigmento, e descobri que essa coloração é a responsável pela beleza da cor, o cheirinho gostoso dela é por causa dessas micropartículas de pólen que nenhuma outra flor tem. Seu formato curvilíneo, ativa informações no cérebro humano que remetem à felicidade. E sua textura lembra a pele macia de uma criança linda como você. Por isso ela é tão bonita minha filha.
A pequena olhava tudo com atenção, via as pequenas pétalas dissociadas e espetadas com alfinetes na bancada de trabalho do pai. Ficou em silêncio e procurou os olhos do pesquisador para poder falar:
- Sabe de uma coisa papai? - ele nada disse esperando a conclusão da filha que com toda inocência prosseguiu:
- Ela parecia muito mais bonita quando estava inteira. - fitou mais uma vez todas aquelas anotações e desenhos  desceu do colo do pai e voltou para sala, deixando-o mais uma vez sem explicações.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Escolhas

Aquele que se coloca frente aos riscos tem tanto chances de acertar bem como de errar, mas aquele que não se move acabará inerte por toda sua vida...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Individual


Pensamentos meus, 
queridos e entendidos.
Importam a mais quem, 
senão eu? 
Lago ou mar,
sou eu quem diz
o que prefiro.
Motivos meus,
motivos seus.
que importam senão sou eu:?

terça-feira, 3 de abril de 2012

Referencia


Amigo, amado.

Amante, namorado, marido.

Diferença quer fazer 

sendo que, diferença não há.

Se amo, amo e ponto.

Sou filho, pai, avô.
Amo estando perto, aqui
ali, lá longe.
Distâncias são meros muros,
que da saudade angústia fazem.
Mas nada têm a ver,
com o que há de verdade.

Anda.


Corre o tempo,
vive de mim.
Dele me faço vivo
Nos ponteiros corre,
corre em mim
corre de mim
Corre...
Caminha, anda, corre 
ponteiro meu.

domingo, 1 de abril de 2012

Ponto final, ou inicial.



-Você confia em mim?
-Mais do que em mim mesma.
Ele disse:
- Ande eu espero que entenda.
- Não compreendo. - respondia confusa.
- Pequena, eu quero um tempo...
Era o pé da conversa em que ela já não entendia mais nada. Podia rosnar e reclamar, mas ela havia dito que confiava nele.
- Mas, mas eu..
- Não há mais nada que eu possa dizer que vá te ajudar, eu só espero que fique bem.
Parecia-lhe impossível naquele momento. Apenas chorou, pensou em lhe dizer injúrias pensou em muita coisa, quis que o mundo acabasse naquele momento, mas ainda assim achou mais conveniente manter a boa educação.
- Eu te amo. - aquela era sua resposta final.
Esperaria o quanto fosse necessário, e da mesma forma se manteria orgulhosa do que tinha vivido até ali.
- Boa sorte - sorriu desejando que aquilo não durasse por muito tempo.


(...)

Estrelas



Ao entorno do além eu corri,
procurei encontrar o que de mim perdi. 
Sei que aqui não ei de achar o que procurei com intenção
   Pois os que faltam de mim, nos meus sonhos estarão
                                                  ou então, num ponto brilhante da escuridão.