Dia frio, calado... quase mudo. Pouco se ouve além dos
esporádicos carros na rua, além dos pássaros encabulados pela neblina. O
despertador nem tocou, mas meus melhores sentimentos já me colocaram a rolar
pela cama, volta tudo, todo passado que em alguns momentos faço questão de
ignorar. Pergunto-me por várias vezes o que teria de ser feito para obter a
velha vida de volta, ela não volta, mas dá a volta, vira e remexe. Pula, salta,
corre, invoca, trava e volta... Volta a andar pra frente, os ponteiros não
param e nem o grão da ampulheta deixa de cair. Cantarolando qualquer coisa
peço pra que o tempo leve de volta pro passado toda lembrança que me trava, me
faz sorrir de canto, evoca risos breves e logo uma cascata cristalina se forma
no alto de minhas bochechas. Abraço travesseiro e pondero sobre não sair da
cama, estico o olhar turvo pro relógio sem que tenham se passado meros cinco
minutos. Saio da cama, ando até a porta e percebo que o dia nem amanheceu! Era
só mais um devaneio que atrapalhava outra noite de sono. Desculpem-me pássaros,
continuem a dormir...pois talvez eu faça o mesmo!
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